OBJETIVO DO GEELMAR

Proporcionar aos pesquisadores da cibercultura e letramentos na web, profissionais da linguagem, professores da educação básica e estudantes das licenciaturas e do ensino médio, estudos e discussões sobre a importância das linguagens e códigos digitais, suas práticas multissemióticas nos ambientes escolar e social.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

A COMUNICAÇÃO DIGITAL QUEBRA A CULTURA DO SILÊNCIO

Há que diga que nos últimos cinquenta anos, o mundo presenciou as mais diversas revoluções, seja no campo da política - fim da Guerra Fria, Queda do Muro de Berlim, etc - das ciências médicas - detecção e combate ao vírus da AIDS, controle do Cólera, diagnóstico por imagem, etc - na comunicação - criação do computador, popularização do celular e da internet - compõem o rol de grandes conquistas. Por outro lado, temos que dizer que tudo isso não foi por acaso. Certamente isso tudo está relacionado aos movimentos planetários, onde a sociedade passou a se movimentar e, com isso, surgem novas necessidades e demandas, dentre estas destaca-se a comunicação.
Comunicação que não poderia ser realizada somente pelos meios convencionais - sinais de fumaça, pombo correio, mensageiro a cavalo, etc. - porque a fronteira entre o tempo e o espaço tornaram-se fluídas. Estamos nos referindo à sociedade digital, conectada plenatariamente por meio da rede de computadores - world web wide - na qual o centro e a periferia dialogam em tempo real.
Com a interação comunicativa por meio das conexões em rede, a cultura do silêncio esfacela-se e a palavra do povo, subalterna, marginalizada vem a público, mesmo que tornada funcional passa a ter expressividade, comunica-se!  

3 comentários:

  1. Que esse espaço sirva para nos abrir novos caminhos rumo a uma educação mais participativa, onde as novas tecnologias não sejam vistas como uma inimiga dos professores, mas como aliada.

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  2. Palfrey e os Nativos Digitais

    Em 2014 a maioria das escolas ainda funciona de forma tradicional, com professores desmotivados buscando colocar a culpa sempre no desinteresse dos alunos.
    Em um curso realizado online recentemente a maior preocupação dos professores era saber como fazer para utilizar o celular como uma ferramenta de ensino e aprendizagem. Mas a meu ver acredito que os professores ainda pensam em como controlar o uso do celular de forma que o aluno faça apena o que o professor quer, e todos nós sabemos que, assim como os alunos de direito da universidade norte americana, uma vez conectado é impossível controlar os caminhos que os alunos irão percorrer no espaço cibernético. O que o professor tem que compreender é que os alunos de hoje aprendem de uma forma completamente diferente dos alunos pré-era digital.
    Os alunos de hoje possuem uma capacidade de realizar diversas atividades ao mesmo tempo. Enquanto estão conectados veem vídeos, fotos, enviam mensagens, conversam com colegas no bate-papo, comentam postagens e ainda são capazes, quando interessam a eles prestar atenção no conteúdo apresentado pelos professores. Palfrey (p. 268, 2011) deixa isso evidente quando afirma que “durante as aulas, os alunos estão online, lendo as notícias na CNN, enviando mensagens instantâneas, acessando a Wikipédia para aprender (talvez) o que acontecia naquele caso que eles não leram para a aula.” Mais a frente ele diz que “sabemos que os Nativos Digitais fazem várias coisas ao mesmo tempo” (p.274, 2011), reforçando essa maneira particular de aprendizagem dos nascidos digitais.
    Essa capacidade de múltiplas aprendizagem já faz parte da identidade do nascido digital, uma identidade líquida que pode sofrer transformações a todo momento, a esse respeito Palfrey ressalta que:
    Da perspectiva de um Nativo Digital, a identidade não é dividida em identidades online e offline. Como estas formas de identidade existem simultaneamente e estão intimamente ligadas uma à outra, os Nativos Digitais quase nunca distinguem entre as versões online e offline de si mesmos. Os Nativos Digitais estabelecem e comunicam suas identidades simultaneamente no mundo físico (a adolescente de 16 anos pode ser uma esguia garota irlandesa-americana) e no mundo digital (onde ela pode experimentar a autorrepresentação, às vezes de maneira modesta e às vezes dramaticamente), e suas representações múltiplas informam sua identidade total. (PALFREY, p. 30, 2011).
    Os alunos tem essa nova identidade e as escolas e os professores que não assumiram a sua identidade digital querem que os alunos neguem sua identidade e permaneçam imóveis em uma sala de aula antiquada, com professores ultrapassados se achado o único detentor do conhecimento.
    Palfrey (p. 268, 2011) afirma que “para as escolas se adaptarem aos hábitos dos Nativos Digitais e às maneiras como eles estão processando informações, os educadores precisam aceitar que a maneira de aprender está mudando rapidamente.” Enquanto as escolas e os professores não se darem conta dessa mudança, que é uma mudança radica na forma de apreender o conhecimento, a educação vai está andando na contramão do processo de ensino e aprendizagem.

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  3. “O simples fato de os Nativos Digitais não aprenderem as coisas da mesma maneira que seus pais aprenderam não significa que eles não esteja aprendendo” Palfrey (p. 270, 2011) esta afirmação me fez lembrar uma conversa que tive com um pai de aluno quando eu disse que proibir o celular na sala de aula não era o caminho mais correto, mas que o professor deveria utilizar o celular como uma ferramenta que contribua para o processo de ensino e aprendizagem, o pai retrucou dizendo “que o aluno só aprende nas escolas que tem o ensino tradicional, e que o celular tem que ficar desligado ou nem levar para a sala de aula. Que uma aluno não consegue prestar atenção em duas coisas ao mesmo tempo”. Esta é uma visão bem tradicional, mas todos nós sabemos que não é única desse pai de família, dentro de nossas escolas tem muitas pessoas que pensam dessa forma.
    Ao realizar um minicurso com a temática leitura e produção de microcontos ficou evidente essa problemática que Palfrey nos traz dizendo que os “Nativos Digitais” dão preferências aos textos mais curtos, pois para ensinar produzir os microcontos se fez necessário apresentar para os alunos o gênero conto, que mesmo sendo um gênero textual curto podendo ser escrito em poucas páginas, não conseguir fazer com que os alunos lessem os contos e fizessem uma releitura dos mesmos. Reclamavam absurdamente do tamanho do texto, mas quando partimos para os microcontos eles liam com satisfação e produziram com qualidade.
    Outra problemática que Palfrey traz é a respeito de copiar e colar, mas a meu ver essa não é apenas uma característica da era digital, a 30, 50 anos atrás quando o aluno levava uma pesca copiada de livros ou simplesmente copiavam da prova do colega o processo era o mesmo apenas copiar e colar.
    Palfrey traz a tona uma problemática recorrente aqui em nossas escolas, a de que não é correto encher a escola de tecnologias só por que isso é moderno, está na moda. A tecnologia ela deve ser sim utilizada mas de maneira ordenada por meio de um planejamento que mostre onde, quando e por que estará utilizando a tecnologia, e antes dessa tecnologia chegar a sala de aula o professor deve previamente ser preparado para utilizá-la de uma forma produtiva. Vemos em algumas escolas os governantes distribuírem tablets para os alunos sendo que a escola não tem uma estrutura de internet e material humano adequados para o uso dessas novas tecnologias.
    Palfrey alerta que não é necessário gastos com grandes formadores para iniciar o processo de ensino e aprendizagem utilizando as novas tecnologias, ele afirma que esse processo pode ocorre e lograr um grande sucesso com a própria comunidade escolar, ou seja um professor que tenha mais conhecimento pode auxiliar aqueles com mais dificuldades e até os próprios alunos podem servir como monitores dos professores contribuindo com seu conhecimento ensinando no mesmo momento em que aprende.
    Os Nativos Digitais podem até ensinar aos professores como utilizar as tecnologias, mas ainda cabe a escola e aos professores ensiná-los a interpretar essa enxurrada de informações facilmente acessadas por meio das redes.

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